Uma peça para quem vive em tempo de extinção Miranda Rose Hall, Katie Mitchell / Ana Tang, Guilherme Gomes

O que fazer diante do fim? Neste monólogo escrito por Miranda Rose Hall, sentimos a vertigem da finitude através de uma caminhada ao longo de vários tempos. Reflete-se sobre extinções animais, sobre ecoansiedade, sobre o death drive capitalista. Questiona-se o que significa vivermos em comunidade num momento de extinção.

Este projeto, que se enquadra no que se pode identificar como ecodramaturgia, desafia a não dar por garantida a existência de um edifício teatral. A energia elétrica que ilumina a cena é gerada em palco, em tempo real, através de um mecanismo criado em cumplicidade com alunos da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e é ativado por um coro. Uma série de gestos medidos, para poder experienciar a realidade através do passado, do futuro e do abismo.

O TBA acolhe este espetáculo do Teatro Nacional D. Maria II que se integra no STAGES (Sustainable Theatre Alliance for a Green Environmental Shift): um projeto com 14 parceiros europeus que pensa o contributo do setor cultural para os desafios colocados pela emergência climática, testando soluções sustentáveis para a criação e a circulação internacional de espetáculos. Os teatros parceiros desenvolvem reencenações de espetáculos de Jérôme Bel e Katie Mitchell com recursos e equipas locais, sem a deslocação de pessoas ou objetos.